Desde cedo aprendemos a escolher aquilo que apreciamos e o que não.
Nem sempre a escolha é nossa. Pois ainda somos novinhos e nem sabemos identificar aquilo de aquiloutro.
Assim que despontamos pra vida, abrimos nossos olhinhos embaciados pelo clarume do lado de fora do útero de nossa mãe, assustados com a realidade do mundo em volta. Quando a enfermeira nos embrulha numa manta na intenção de nos proteger. E a gente chora mostrando ao pessoal ao derredor que estamos bem. Ainda nem sabemos eleger quem seriam nossos pais.
A seguir alguém nos joga ao colo de nossa mãezinha. Que nos beija pela primeira vez.
A partir de então, quando a gente aprende a pensar, a olhar o mundo com nossos olhos inquiridores, passamos a escolher as nossas preferências.
Mas são tantas as referências que a vida nos mostra que se torna quase impossível dizer quais são as melhores. Já que são tantas opções que nos são oferecidas que acabamos nos perdemos pelo meio do caminho. Nesse emaranhado confuso de tamanhas encruzilhadas e trilhas a seguir.
Uma vez mais tarde, já na escola, outras escolhas devem ser feitas.
Pra onde irmos? Se paramos de estudar. E começamos a trabalhar bem cedo. Já que as necessidades tomam conta de nossa pessoinha ainda despreparada para a vida.
Mas acontece, nesse interregno de nossa existência, por uma razão singela, nossos amados pais não têm como nos sustentar numa escola de bom conceito, temos de decidir qual a melhor escolha a ser feita.
Aí, nessa hora incerta, nessa incertitude que nos domina, as escolhas que se nos oferecem não são outras que não o trabalho precoce. Sem carteira assinada. Já que menores de idade não deveriam trabalhar em nosso pais tão desigual.
Em certo ponto de nossa vida, uma vez ganhando maior idade, já quase ultrapassada a mocidade, outras escolhas nos são oferecidas.
Nesse momento solene, alguns mais tardiamente, outros mais prematuramente, outras escolhas nos acenam de mãos estendidas.
A escolha da parceira que irá nos acompanhar estrada afora é outra dúvida que nos apoquenta.
Seria ela a primeira namorada? A segunda ou outra que pensamos amar de verdade?
Mais outra escolha que nem sempre vai ser acertada.
E quando nos enganamos; como corrigir o senão?
A separação pode ser de difícil decisão.
Afinal vêm os filhos. Podem sobrevir netos.
E como nos apartarmos daquelas carinhas risonhas que aprenderam a balbuciar essa palavrinha mágica- vovô!
Ai, nesse ponto da encruzilhada, quando a gente pensa na separação, que confusão nos atormenta.
Devemos pensar com cautela e sobriedade.
A família é o bem maior que conquistamos em nossa caminhada. Ela nos faz refletir sobre os riscos da separação.
Filhos decerto ficarão ao lado da mãe. E a gente, dependentes totalmente da figura da mulher, desde quando nossa querida mãe se foi. Não saberíamos viver sem um colo no qual aprendemos a nos aninhar nos momentos quando a amargura nos assalta. Tanto na tristeza como na alegria.
Esta escolha deve ser pensada e repensada. Pois dela vai depender nosso exíguo tempo de vida, já que envelhecemos. Chegamos àquela idade que não mais se pode errar.
Bem sei que a vida é feita de escolhas várias.
Entre as minhas não sei se cometi muitos equívocos. Mas não sei se terei tempo de remediá-los ou até mesmo corrigi-los.
Já que em outra vida não sei como será.