Gostaria não fosse assim

Quem nos dera se a gente fosse dono de nossa vontade. E ela ditasse nossos gostos e prazeres.

E tudo com que nos sonhássemos acontecesse de verdade.

Pena que a cruel realidade conspira contra nossos anseios.

E caminha ao revés do que a gente prefere. Tolhendo-nos, ou melhor dito, impedindo isso ou aquilo de acontecer. E contraria o  que mais sonhamos. Transformando nossos planos em desenganos. Mesmo que nossa vontade seja forte demais mas ela sucumbe às intempéries do tempo.

Na noite de ontem choveu. Hoje cedo amanheceu um dia cinzento. Se meu desejo fosse concretizado talvez esse dia que agora sorriu fosse melhor rico em sol.

Mas quem sou eu para contrariar aquilo que uma entidade superior dita? Ele sim tem o controle sobre o sol. A chuva. As intempéries que tem castigado o sul de nosso pais. Só que as tragédias penso serem imunes a sua vontade. Pois creio num Deus de bondade infinita. Que jamais pensaria em castigar nós, seus filhos. Só que em verdade somos maus por vontade própria. E tratamos nosso planeta como se fosse um inimigo. Desmatando. Queimando matas. E judiamos de animais. Exemplos cito os cães nossos maiores amigos.

Gostaria que meu sono fosse como antes era um bebê. Mais longo que as menos de quatro horas que meus olhos tentam dormir. E como gostaria de atravessar as noites na escuridão plena.  Mas elas são curtas como penas de galinhas.

Como gostaria de não sonhar tanto. De ficar na cama até mais tarde. Mas quem sou eu fazer as minhas vontades? Se não mando nem em mim.

Gostaria de caminhar por ruas não apinhadas de tanta gente. Mas que diz que sou eu quem controla o tráfego ruidoso dos carros.

Gostaria muito que a fraternidade fosse mais uma realidade. Só que as desavenças soam como tiros aos meus ouvidos.

Gostaria tanto que não fosse assim. Que as televisões noticiassem apenas coisas boas. Mas o que se vê, na mídia, são apenas tragédias e acontecimentos funestos.

Preferiria que a vida fosse recheada de momentos sublimes e não tristezas que nos entorpecem a alma. Mas, mais uma vez quem sou eu para ditar as normas do bem viver?

Gostaria muito que livros fossem lidos por muitos leitores. E que não fechassem tantas livrarias como tem acontecido.

Como me aprazeria a desigualdade não fosse tão acachapante. Só que ela é bem maior do que se imagina.

Amaria se no mundo houvessem apenas bons caráteres.  Mas por vezes os maus prevalecem aos de bem.

Gostaria e muito que as brigas de torcidas não acontecessem tanto. Daí a ojeriza que tomei pelo futebol.

Gostaria que tantas coisas não acontecessem. De verdade. Pena que mais uma vez digo: “quem sou eu para mudar o mundo”?  Se não consigo mudar nem a mim mesmo…

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