Antes prezava-se a honestidade, a ética e a decência.
Hoje esses valores perderam a vez. Agora prevalece a oportunidade de se dar bem. A esperteza nos negócios. A deslealdade e o puxa saquismo. A não pontualidade. E também outras desvirtudes, se é que essa palavra existe.
Valores apenas serão valorizados quando se trata de cifras. Ganhar dinheiro passou a ser a bola da vez. Ao invés de trabalhar duro usa-se assentar-se ao banco da praça. Antes da aposentadoria propriamente dita. E fazer negociatas escusas. E ainda tem quem caia nessas trapaças.
Agora tudo passou a ser golpe. Eu ainda acreditava nos bons costumes. Mas depois de me ligar às redes sociais passei a desacreditar em tudo aquilo que é postado. Ofertas mirabolantes e tentadoras nos são oferecidas a cada dia. Cuidado que pode ser enganado quando aquela linda mulher que se oferece toda pudica postando fotos suas dizendo que são atuais. Elas não passam de montagens enganosas. E quando você comparece ao encontro previamente agendado ali chegam dois vagabundos que o fazem de refém. Tomam o seu celular. Exigem a forma extrair o que sobrou do seu salário minguado. E o deixam de tanga tentando nadar numa piscina seca.
Hoje não mais se dá valor à decência e a hombridade. Tanto faz que seja homem ou mulher. Antes os sexos eram díspares. Agora não mais se sabe com quem está lidando.
Nos velhos tempos endeusava-se trabalhadores de mãos caludas e tezes tostadas pelo sol. Agora os tais influenciadores digitais são ditos como pessoas a serem seguidas.
Não mais se valorizam pessoas confiáveis. Elas perderam a vez em lugar de gente cheia da grana que estampam colunas sociais.
Nos tempos idos eram os professores que nos ensinavam quase tudo. Agora é a rua a nossa professora.
Nos velhos tempos idolatrava-se cantores musicistas verdadeiros artistas que vendiam discos aos montes. Agora valoriza-se funkeiros que mostram traseiros desnudos pois nada têm de especial a mostrar.
Ai que saudade dos bons tempos quando a gente deixava nossas casas abertas. Agora só de pensar dá medo de sermos assaltados.
Antes se dava valor a quem em verdade deveria. Agora qualquer um sobe ao pódio. Desde que tenha sido revelado pela mídia sedenta de falsos ícones. Como certos programas televisivos de cunho duvidoso.
Nos velhos anos a gente acreditava naquilo que nossos pais diziam. Agora a gente nem sabe em quem depositar nossa crença.
Agora a verdade não é tida como qualidade. Pois a descrença nos bons costumes passou a ser nosso timão que não nos leva a nenhum lugar seguro.
Valorizam-se valores monetários. Em detrimento a outros de maior valor intrinsecamente ligados à consciência.
Os tempos são outros. Agora não se dá valor aos verdadeiros heróis como bombeiros que salvam vidas. A médicos que dobram noites em plantões intermináveis à cata de baixos salários. A mestras que nos ensinaram as primeiras letras. Aos homens do campo que enfrentam períodos de seca e a chuva quando cai em excesso. Tudo se mostra invertido. Ao avesso.
Agora pensam que os verdadeiros exemplos a serem seguidos serão os jogadores de futebol que ganham somas milionárias. No entanto se esquecem da boa gente da roça que não sabe o que é feriado ou dia santificado. E mourejam no cabo da enxada a cada dia sem sequer contar com um salário que pode não vir já que o patrão não tem a menor consideração pelo seu suor derramado.
As inversões de valores existem. Só não as vê que não quer.
Até quando pergunto eu? A resposta deixo a vocês.
Oxalá abramos os olhos. E passemos a dar valor a quem de fato o tem.
Pena que sou descrente na espécie humana. Como sempre cri nos animais tidos irracionais.