Para os que ainda não se deliciaram com um dos meus romances de nome Madest. Não perdeu noites de sono se perdendo naquele cenário campesino. Cujo endereço escorre a alguns quilômetros de Ijaci. Precisamente há dezessete distante do centro de minha Lavras. Não somente minha e sim de todos nós que a amamos. Não sabe o que perdeu.
Eu mesmo me perdi quando iniciei esse romance que data de 2012. Agora, de volta das minhas bandas. Precisamente de minha rocinha desencantada agora entregue às mãos de quem entende de vacas e suas crias. Já que eu não queria me ausentar de lá por completo. Para continuar a ouvir o mugido de vaca e sentir o cheiro de curral. Edifiquei, à beira da represa do Funil, uma linda morada. Trata-se de uma casa sobressaída do alto. Que lança d´olhos àquele mar de água doce. Sem ondas mas sim se trata de um mar. Tão ou mais belo que doutro nascido dos oceanos. E povoado de peixes de rico sabor. A exemplo cito os lambarizinhos de rabinhos vermelhos. Traíras apetitosas fritas ou assadas. Dourados de escamas prateadas saltitantes ao tentarem escapar dos anzóis. Corimbas, tucunarés predadores, jaús que mais parecem baleias menores, pacuzinhos e pacuzões. Esses dois últimos prefiro tratá-los no diminutivo pois soam melhor aos meu ouvidos escutadores.
A protagonista do meu romance A Moça Alegre do Sorriso Triste – Madest. Batizei-a como tal. Não sei por onde elazinha anda nos tempos atuais. Já que tal moça linda não mais trabalha na padaria de um amigo libanês bem brasileiro. O bonachão Munir.
E, outros personagens ainda com eles convivo. Trata-se da unida família do Roberto. Seus dois filhotões fazem parte da trama desse romance. E, não posso jamais me olvidar do meu cão Paulo Du Rosa. Um da raça Border Collie adestrado para não correr atrás de galinhas poedeiras e nem estressar vacas baldeiras. Pertencentes hoje ao arrendador de minhas terras meu amigo antes citado.
Esse mesmo cão, esperto como sói ele. Quando voltava da casa Amarelazul. Numa caminhoneta vermelha e branca da marca Fiat. Para que ele não me acompanhasse de volta à minha Lavras, era preciso atá-lo a uma forte corrente. Ao pé da mesa feita com um latão de leite pintado. E me dava pena vê-lo latindo esganiçadamente preso sem ao menos se despedir de mim. Não seu dono e sim amigo chegado.
Já a chamada de cadelinha Madest que me foi presenteada como da mesma raça do Paulo Du Rosa. Tendo as mesmas cores preta e branda características da espécie. Infelizmente, ou feliz, não pretendo mentir. Elazinha era pura viralatinhas. Aos menos de cinco meses, já morando na casa minha à beira da represa feita nas águas correntes de um rio que já foi chamado Grande. Hoje um meio líquido domado. Por incontáveis barragens. E ela, Madest, querendo compartilhar sua solidão. Acabou morando na varanda da casa Amarelazul.
Mas, por um vício de comportamento, elazinha passou a correr atras de vacas e galinhas caipiras. Mais uma fonte de renda com seus ovos de gema vermelhinha muito por mim apreciados para comer de colherinha.
E a pobre Madest foi novamente considerada pessoinha não grata por aquelas bandas.
E acabaram de me chamar ao celular: “veja o que o senhor pode fazer. A sua cadelinha acabou de matar duas galinhas. E só não as comeu por pronta intervenção da dona Lúcia. Esposa amada do Roberto. Foi você quem a trouxe para cá. Ponha ela na sua caminhonete e suma com a tal comedora de galinha de aqui antes que nós damos sumiço nelazinha”.
De volta do meu Solar Paulo da Rosa. Depois de poucas e boas horas ali passando.
Vendo o belo serviço de patrolagem do amigo Lafaiete. Bom de prosa e melhor ainda com as mãos no volante da sua patrol. Em poucos minutos a estrada ficou uma belezura lisinha como bundinha de criança salpicada de talco perfumado.
Mas tive de dar um novo rumo à vida da pobrezinha Madest. Ela apareceu no meio da minha estrada. De mochilinha às costas toda chorosa.
Com aqueles olhinhos doces ela levantou a patinha e me implorou por carona.
Ela mesma entrou na caçamba da minha Orock branquinha tinta de poeira.
E eu arranquei morro acima. Chegamos a bela Macaia. Antes passando por uma ponte sobre a represa do Funil.
Mais adiante, pertinho do lindo gramado. Ouvi um latido partindo da parte de trás justamente onde estava a cadelinha Madest.
Num átimo parei a caminhoneta. Abri a tampa da caçamba.
Madest, abanando o rabinho da mesma cor de sua pelagem. Olhou-me fundo nos olhos e latiu- “adeus”.
Não sei agora por onde anda perdidinha a cadelinha cujo nome dado por mim é Madest. Nome do meu romance lindo.
Que vocezinha seja feliz minha caríssima cadelinha. Seja feliz como eu tento ser. Apesar de, até no presente momento não ter conseguido. Enfim…