Mais parecia o fim do mundo

Na minha concepção como seria o final dos tempos?

Dadas as alterações climáticas que temos observado. Ao calor que nos sufoca no inverno. Ao frio que nos desperta em pleno verão. A chuva que cada vez mais escasseia no tempo certo. Ao sol que incendeia no alto. As intempéries que têm assolado lá mais em cima. Furacões que uivam como lobos famintos causando destruição.  As tormentas que nos tem atormentando mais e mais. Nosso planeta, se penso ser filho único do universo habitado por seres ditos pensantes. Esses mesmos seres não pensam senão no próprio umbigo. E se esquecem de que um dia tudo que era maravilhoso pode ser tornar um universo perdido na destruição a que temos visto.

Como se daria a tragédia do final dos tempos?

Esse mundão maravilhoso estaria com seus dias contados? Ou apenas nós, seus filhos diletos, seríamos finitos?

A resposta não a tenho na ponta da língua. Penso que nosso planeta teima em resistir as nossas agressões.

A seguir a uma queimada a relva brota. Depois de uma escassez de chuva um dia ela volta.

Mas depois de nossa passagem aqui na terra talvez só irão restar lembranças daquilo que um dia fomos.

Não digo que o fim do mundo se avizinha. Pra gente, sim.

A gente passa. Ficam os rios e as montanhas. As águas dos rios continuam escorrendo em direção ao mar. A gente um dia para de respirar. Uns mais tardiamente; outros mais prematuramente. Como não se consegue deter o caminhar do tempo não conseguimos também ficar aqui para sempre.

Ah se eu pudesse e meu desejo prevalecesse. Daqui de baixo não me mudaria nunca. Aqui não pago aluguel. Apenas tenho de pagar a conta de luz e os impostos e taxas que me são devidos. Mas lá no alto não sei o que irei encontrar. Tomara encontre meus pais. São doces as lembranças que tenho deles dois.

Um dia desses. Quando faltou luz na cidade. Foi um apagão generalizado.  Não se sabia o motivo da queda de energia. A minha ainda a tinha a dar e emprestar.

Quando dei uma passadinha na casa dos meus netinhos. Naquela morada a luz faltava. A televisão não se permitia ser ligada. A geladeira então, nem sinal de vida. Predominava a escuridão.

Era um cenário de filme de ficção ou de guerra fratricida. Não se viam corpos estendidos no chão nem ao menos sangue empapando o tapetão.  Apenas desolação se podia ver.

Theo estava tentando manusear seu tablet até que a luz se foi.

Donzinho assistia a desenhos animados bem animadinho até a queda de energia.

De repente desfez a luz. Faltava energia naquelas bandas mas sobrava neles.

E agora vô? O que fazer para remediar aquela situação aflitiva?

A luz se foi e ela acabou carregando a internet. Os tablets não funcionavam. Os desenhos animados estavam desanimadinhos. Os dois molequinhos não sabiam o que fazer. Muito menos eu.

Esperamos um bom bocado. E nada de a luz voltar. Mas eu voltei pra casa. Tateando na escuridão.

Aquele cenário grotesco. Onde faltava luz. A televisão às escuras. A internet em desgraça desgraçando o sossego dos meus netinhos. Me fez lembrar como seria o fim do mundo. Exatamente assim.

 

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