Mas nem sempre escutamos o que o coração diz.
Por vezes ele fala tão baixo que não se pode ouvir seu tique taque.
E seguimos apressados pela estrada afora. Sem descanso. Sem parança. Sem olharmos os lírios do campo.
Tocar nesse assunto nunca foi de minha predileção. Sobre política, religião e futebol prefiro não opinar.
Fico a margem e não contesto. No meu canto prefiro me aquietar. Política então. Situa-se na contramão dos meus temas. Já que esse assunto penso não me dizer respeito. No entanto respeito aquele que gosta de discutir sobre ele.
Avizinham-se as próximas eleições. Em todo país escolhem-se candidatos a cargos variados.
Vereadores, deputados, prefeitos digladiam-se em chapas concorridas. Dizem os eleitores mais argutos: “vou escolher aquele novato na política. O qual tiver um programa que mais satisfaz os anseios de nossa população.”
Já os mais venais acabam trocando seu voto por algo parecido a um saco de cimento ou uma quantia em dinheiro o suficiente para não trabalhar por mais um ano à frente.
Outros professam sua crença pela renovação. Quem já esta no poder deveria ser trocado. Não por uma dúzia de pencas de bananas e sim por outro cidadão prestante a comunidade. Que já mostrou serviço há tempos atrás. Pessoa engajada em projetos sociais. Ou coisa que o valha.
Já eu contesto essa nobre idéia. Não que um candidato novato seja a melhor escolha. Já que uma vez no poder a cara muda de figura. Antes solícito e cordial. Depois de eleito nem sabe o nome de quem apertou-lhe a mão.
Conheço a atual mandatária de nossa amada Lavras desde o começo de nossa vida escolar. Fomos coleguinha no jardim da infância de nome Narizinho Arrebitado já vezes citado em textos anteriores.
Depois nos apartamos até anos mais tarde. Voltamos a nos encontrar no cursinho pré-vestibular de medicina na capital de nossa Minas querida.
Foi lá que nossa futura prefeita se enamorou e se encantou com nosso professor de química o ilustre colega doutor Célio de Oliveira com quem se casou.
Mas ela decidiu não ser médica. E escolheu outro caminho para sua vida futura. O mesmo que seu ilustre pai. De saudosa lembrança. Como foi o meu. Doutor Silvio Menicucci.
Ela tem pela política um amor sem igual. É daquelas que se entrega de corpo e alma a nossa cidade que tanto ama.
Temos a mesma idade. Já passamos dos setenta e quatro anos mais. Já andou pelas vielas e ruas de nossa amada comarca. Conhece como poucos seus problemas os quais enfrenta estoicamente.
E nunca levou vantagem do cargo que ocupa há tantos anos. Suas posses modestas atestam o que deixo escrito.
Minha coleguinha já esta prestes a concluir seu quarto mandato. Seria o quinto que a espera? Seria a Jussara penta?
Muitos eleitores apregoam a renovação.
Já eu sou mais conservador. Digo e repito que em time que está ganhando não se deve meter a mão. Suas realizações e feitos estão ai para demonstrar. Só não enxerga aquele que não quer ver.
Espero que essa disputa que se avizinha seja seu canto de cisne na política. Também, depois de uma vida inteira dedicada aos seus munícipes, ela merece descansar.
Alcaide Jussara. Você novamente vai ter meu voto.
Acabei por deixar meu coração falar.
