E eu que pensava ser eu…

Ainda menino, metido a sabichão, uma vez assentado à primeira carteira daquela salinha de aula. Já tendo aprendido as primeiras letras. Tanto consoantes assim como as vogais.

Já pensando ser conhecedor de quase tudo. Embora ainda não soubesse quase nada de nada.

Torna-se uma verdade inconteste que jovens pensam que uma vez pulados a outra idade muito além, alienados que são. São eles os detentores de todos os conhecimentos que somente bem mais tardiamente podem saber nem a metade. Já que até mesmo aquele sabidão que sempre consultamos uma vez interligados à internet, seu nome é Google. Ainda tem muito a aprender já que o mundo, desde que se chama mundo, está sujeito a mudanças sabedores que aprendemos que as mudanças são necessárias. Desde que venham para o nosso bem.

Naqueles idos anos de minha meninice peralta. Quando era posto de castigo por uma artezinha pra mim inexpressiva. Para aqueles que me cercavam não era tanto tão pequenininha. Aquela falta de decoro. Quando euzinho faltava com respeito aos mais idosos.

Era duramente repreendido por meus pais. E não incorria no mesmo senão se não era posto de joelhos dobrados em grãos de milho até contar mais de um milhão.

Pena que de crianças, de jovenzinhos não amadurecidos como um mamão ainda por madurar, a gente cresce. Tornamo-nos anos mais velhinhos. E um dia iremos nos despedir dessa vida tão linda apesar de muitos não pensarem como eu.

No dia de ontem, uma sexta feria carregada de compromissos. Não na minha profissão mais e mais deixada de lado. Já que minha outra face de escritor tem escrito em letras mais legíveis. Embora jamais irei deixar meu lado médico falecer como no dia de ontem infelizmente aconteceu a um amigo e vizinho.

Recém egresso da academia do LTC.  Como gostaria de ir mais distante na intenção de jogar tênis com meu filho Stenio. E ele dava aulas de tênis num lindo clube pertencente a associados da próspera universidade de nome UFLA.

Deixo aqui uma crítica construtiva. Já que aquele clube quase sempre fica apenas entregue a alguns parcos associados. E nós que não fazemos parte dessa afinada orquestra federal.

Por que razão não abrem as portas daquele lindo clube aos cidadãos interessados em esportes variados e não nos tornam também associados. E nossa entrada não carece de sermos convidados ou apadrinhados por algum professor doutor da universidade federal de Lavras?

De volta daquelas lindas quadras de tênis, sempre usando as pernas como rodas, tendo a me mover o desejo de rever dois dos meus netinhos- Theo e Dom.

Acabei entrando no mesmo colégio onde passei talvez os melhores anos de minha experiente vida.

Encontrei primeiro o sabidinho Donzinho. Ele escapuliu de sua professora até então para mim desconhecida.

Já de posse de sua enorme mochila de rodinhas ele e eu nos abraçamos.

Foi então que sua professorinha, uma simpática mocinha usando grossas lentes em seus lindos olhos. Antes que eu me apresentasse foi meu netinho mais novinho quem cuidou das apresentações.

“Dona fessora. Esse é meu avozinho Paulo Rodarte não sei de que. Ele pensa que sabe tudo. Pois, além de médico se mete a escrever. Já euzinho, embora ainda com quase quatro aninhos e um cadinho, sou eu quem sabe tudo. Não é”?

A linda mocinha, mestra do meu netinho Dom, de fato não teve como discordar do Donzinho.

“De fato. É ele quem dá aulas no meu lugar. E quando pede a palavra seus coleguinhas fazem roda em torno dele e não dão nenhum pio. Dom é de verdade um sabe tudo”.

Engraçado. Faz-me rir.

Nos meus anos, quando tinha a idade do Dom, pensava ser eu o sabichão.

Agora acabei de ceder meu lugar ao meu netinho mais novinho.

Quando Dom fala eu faço igualzinho aos seus coleguinhas. Abro os ouvidos e me ponho a escutar…

 

 

 

 

 

 

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