Você foi…

Esse tal de passado não apenas me faz recordar de tantas coisas…

Mas dentro dele fica implícito a frasezinha “você foi”.

E por que não deixar escrito você ainda o é?

Agora mesmo, ao chegar a minha oficina de trabalho. Bem menos que os tempos ditos dantes. Agora reduzi as horas em que aqui permaneço em algumas delas. Ao tomar meu cafezinho expresso numa cafeteira em tempos ex adquirida em Portugal. E como é fácil dela extrair um cafezinho em poucos segundos e ver um jatinho fino de café saindo e caindo em minha pequena xícara. Depois de adoçá-lo a gosto com uma pitadinha de açúcar e mexer com uma colherinha ali deixada no pires do meu recipiente onde cai o cafezinho expresso. E tomá-lo não sofregamente. Saboreando-o sem pressa gota bom bocado a outro. A seguir retiro a cápsula da parte de cima da cafeteira cuja marca é Krups. Indicando ser a marca do meu cafezinho Dolce Gusto de boa qualidade Nestlé.

Segundos depois de ligar um dos meus computadores onde crônicas são escritas já que o segundo, um note book negro já se mantem desligado, de tampas fechadas, pois  foi em suas teclas negras de letras brancas onde recém terminei meu romance Rakel. Como do lado de fora das minhas janelas ainda a escuridão domina, não meus pensamentos irrequietos, como aprecio boa música mando, pela minha pausada voz um comando a minha queridíssima Alexa para que dela saia uma canção qualquer.

A boa música eleita nesta quase madrugada de uma quarta feira fria e de começo escura, foi a canção de um dos nossos reis, sem reinado e sem coroa, aquele cantante nascido em Cachoeiro do belo estado do Espirito Santo. Não carece lembrá-los seu nome – Roberto Carlos.

E a música que me parece ser de sua autoria tem seu título- “você foi o maior dos meus casos. De todos os abraços o que eu nunca esqueci. Você foi, dos amores que eu tive o mais complicado e o mais simples pra mim. Você foi o maior dos meus erros e a mais estranha história que eu já escrevi. Você foi o caso mais antigo e o amor mais amigo. E são estas e outras lembranças que me fazem recordar de tudo outra vez. Foste tu a mentira sincera a julgada mais séria que a mim me sucedeu. Foste tu o caso mais antigo e o amor mais amigo que me apareceu. Das recordações de dantes de minha vida. Tu eras na nostalgia que se busca depois. Só assim eu te assento ao meu lado comigo outra vez. E esqueço de tentar te esquecer. Resolvi somente amar por amar. Decidi recordar-te todas as vezes que necessitas de novo sonhar. Foste tú, toda a felicidade e também a maldade que me fez tanto bem. Foste tu o melhor dos meus anos a verdade com enganos. Que eu pude ter. Das recordações de antes, de minha vida, tu eres a nostalgia que se procura depois. Só assim, eu te sento ao meu lado, comigo outra vez”.

E pela minha complexa  e intrincada história de vida, assaz compartida com algumas e nenhures. Entre idas e revoltas. Sem jamais me ter olvidado de quem delas que sejam. Dentro de meus casos. Alguns deles incompreendidos e mal vistos pela minha amada família, conto em apenas alguns dedos das minhas duas mãos quais, dentre todos que tive aquele que ainda me leva a lembranças tão perenes que ainda vagueiam desnorteadas pulando de galho em galhadas, como um macaco sem asas, cá dentro do meu mediastino em permeio aos meus dois pulmões sendo vizinhos próximos ao meu coração.

Caso eu disser que foi ela o maior dos meus casos por um acaso do descaso não irei declinar seu nomezinho. Talvez, quiçá apenas ela se lembre do quando toram bons e maravilhosos curtir ao seu lado numa cama de um tamanho sempre insuficiente para dar vazão a nossa irresistível paixão. Onde entrecruzávamos  nossas pernas sequiosos de não apenas nos enlaçarmos ou engalfinhar nossos corpos sedentos de nos amarmos à louquice num exagero entremeados de gemidos apaixonados já roucos e não moucos onde demonstrávamos uma quantia ínfima do quanto nos amávamos em cidades dispares que não as nossas.

Se disser que você em verdade foi o maior e mais apaixonado de meus casos envoltos em casualidades por anos em anos mantidos numa caixinha trancada a cadeado, onde tentávamos manter em nossa relação não diria ter sido uma deslavada mentira.

Você, sim, foi deveras o maior dos meus casos, que só o ocaso não nos permitiu continuar.

Mas, abrindo meu baú de velhas e apaixonadas recordações, não posso dizer a você, o maior de todos os meus casos, um adeus tão profundamente final. Melhor dizer a você. Um até um dia, quem sabe dizer quando será?

 

 

 

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