Ele tinha tudo pra dar certo

Todos nascemos com o destino traçado.

Seria assim mesmo? Ou a realidade seria diametralmente outra?

Nós fazemos o nosso próprio destino. Tudo vai depender do nosso esforço para chegar a algum lugar.  Da nossa inteligência e capacidade laboral. Do esforço desprendido. De não desistirmos de nossos objetivos.  De persistirmos e não desistirmos. De ir adiante e seguir em frente. Superando todos os percalços.  De subir uma subida íngreme. E não parar no meio do caminho.

Se vai dar certo não depende da gente. Uma pitadinha de sorte vai nos permitir atingir o sucesso.  Uma palavrinha entre tantas que muitos procuram. E se não a encontram não quer dizer que esse desencontro será um fim e não o meio.

Um exemplo o tenho comigo.

Pedrinho, um garotinho esperto e de maus costumes. Filho de pais que tudo fizeram para que elezinho desse certo. Mas, contrariando o exemplo de seu priminho Juninho. Tudo fez para que seu destino não fosse outro senão uma pedra entre tantas que se interpuseram no meio do seu caminho.

Pedrinho não estudava. Ao revés de frequentar aulas fugia da escola. E dizia aos pais que naquele dia em que não foi à aula passou a manhã inteirinha ajudando a uma tia solteirona na sua fabriqueta de roupas. Mas nada disso era verdade. O garoto deveras andava em más companhias. Nada queria com os estudos. Folgado era considerado persona hão grata pela vizinhança que já antevia um futuro nada promissor ao tal menino vadio.

Em contrapartida seu primo Juninho era um garoto aplicado. Não faltava aulas. Bom aluno logo caiu nas graças dos professores. Era chamado de cdf. Termo pejorativo que não lhe fazia justiça.  Pois ele era sim um jovenzinho exemplo a ser seguido. Sempre pontual nos compromissos marcados.  Educado ao extremo.  Filho sem igual.

Nesse ínterim Pedrinho se perdia em más companhias. Aos doze anos foi pilhado em fragrante delito servindo de mula distribuindo drogas. Por ser menor infrator não passou a noite no xilindró. Foi solto, mas incorreu no mesmo delito no dia seguinte. Foram tantas falcatruas que acabou por levar seus pais à insanidade. Pobres deles, que tanto depositaram a esperança no filho amado.  Que se perdeu nas encruzilhadas da vida.  Tornando-se um filho ingrato.

O futuro foi díspare para os dois meninos.

Juninho cresceu e se tornou um advogado famoso nos tribunais.  Dono de um escritório de advocacia recheado de clientes endinheirados.  Era respeitado em toda comunidade. Diziam ser ele muito capaz. Não perdia uma causa sequer. Logo enricou. Angariava respeito e simpatia por onde andava.

Já seu primo Pedrinho. Assim que atingiu a maioridade. Foi preso por um ato praticado.  De arma em punho assaltou uma joalheria. Foi preso naquele dia.  Por não ter quem pagasse fiança permaneceu na cadeia por um ano inteiro.  De onde saiu ainda pior. Pois quem se envereda no crime não se recupera.  Assim me foi passado por um criminoso. Que um dia me disse: “sair daqui pra quê. Aqui é minha casa. Lá fora não me aceitam, pois não é o meu lugar”.

Assim acontece nesse nosso lindo pais. Que tudo tinha pra dar certo.

A exemplo de Pedrinho.  Que se tornou bandido. Praticando todo tipo de delito.  Assaltos a mão armada. Traficando drogas. Sendo preso e julgado ao sabor das leis.

Em nosso amado país. Onde colarinhos brancos e engomados não pagam cadeia. São protegidos por bons advogados. E graças ao dinheiro compram alvarás de solturas. Assim caminha a nossa desumanidade.

A gente tinha tudo pra dar certo. Mas saber distinguir entre o certo e o errado não tem sido nada fácil.

Juninho escolheu o bom caminho. Pedrinho enveredou-se pelo caminho errado.

O nosso amado Brasil tomara encontre o seu.

Que futuro iremos deixar aos nossos filhos e netos?

Nessa incertitude me coloco.  Mas creio termos tudo pra dar certo.

 

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