Gaelzinho e sua paixão pela Madest

Quem ama o feio bonito pode lhe parecer.

Já deixei escrita essa crônica de uma vez anterior: vira lata também é gente. Podendo ser melhores gentes que muitos que se dizem importantes.

Já tive duzentenas de cães. Nos tempos de agora tenho somente três.

Na linda represa de Camargos, de onde voltei ontem de tarde. Corre desembestadamente meu amigo Pirunguinha perseguindo as marolinhas deixadas por embarcações que passam defronte a minha casa vizinha a do meu irmão.

Ao deixá-lo, já que me esperavam meus dois computadores em outra represa não menos bonita. Eles dois, ansiosamente, aguardavam a continuação do meu romance Rakel. Um notebook preto. Já bem rodado em anos. A exemplo como eu. E esse onde agora escrevo. Semi novo. Metade dele trazido do meu consultório. A CPU, já que o teclado onde digito foi recém comprado na JM informática. Assim como a tela.

Aqui, nessa minha rocinha onde vacas pastejam e maritacas espavoridas gritam frenéticas ao chocarem seus ovinhos na laje de minha linda morada. Onde passei a noite em companhia de meus lençóis e dois macios travesseiros fazem as vezes da não menos macia minha querida esposa Rosemirian.

Nessa linda madrugada. Depois de passar água fria na minha face macilenta e sonolenta. Do lado de fora da casa ainda cochilam meus dois canzarrões ainda moleques- Clo e Robson.

O primeiro da raça fila brasileira. Já ao seu lado faz traquinagens, como meus três netinhos sapecas, Gael, Theo e Dom. Robson, espoleta como ele só. Assim que os deixo livres do lado de fora do seu canil, correndo ao meu lado. Clo não escapa a minha visão. Já o pretinho Robson, valente e não temente a Deus Pai, tenta morder vacas e cavalos e quase não leva chifradas e coices destes animais. Corre muito adiante de mim e Clo.

A estes dois, citados antes, foi inserida uma pseudo cadelinha filhota, que me foi dada por adoção, aí em Lavras como sendo da mesma linhagem purinha do Pirunguinha. Que assina Border Collie na sua certidão de nascimento.

Depois de tempos idos fui informado que a tal cachorrinha, despelada lisinha, não era em verdade Border Collie nenhures e sim mais uma viralatinha linda como tantos que cavoucam sacos de lixo nas cidades. Sendo grande parte deles atropelados e mortos nas estradas vicinais e rodoviárias.

A pequenina Madest foi trazida aqui na minha casa beira lago por meu filho Stenio pai do menino Gael.

Justamente por ter a elazinha jogado, em suas frágeis patinhas, culpas maiores que ela não tinha.

Agora Madest mudou de pouso. Não é mais a noiva do Pirunguinha. De casamento marcado com ele para o próximo mês de maio.

Elazinha sim hoje reside como inquilina na casa do Binho, filho mais novo do Roberto da dona Lúcia fazedora de queijo de minas.

Antes, quando Madest me foi dada em adoção, ela foi batizada Sky por meu netinho Gael.

Eles dois se amavam. Mesmo sujeito a mordidas carinhosas que Sky dava no meu netinho do meio. Já que Gaelzinho, com seus cinco aninhos, se interpunha em anos entre Theo e o Dom com quatro.

No dia de ontem, ao chegar a Camargos, antes passando por aqui, aonde estou no presente momento. A dar vazão a inspiração que me cavouca a cada manhã.

Ao abraçar meu netinho Gael, elezinho folgando com a linda Manu, ele logo foi me perguntando: “Dodô, como está minha amiguinha Sky? Ela vai bem? Por acaso ela disse que está com saudades minha”?

Naquela hora tive ganas de responder: “ela disse estar com muitas saudades de você. Até estava escrevendo uma carinha de amor a ti”.

Que lindo perceber o quanto as crianças são boas e inocentes. Pena que elas um dia crescem. E deixam as suas inocências perdidas no passar dos anos.

Gaelzinho e sua paixão pela Sky, hoje Madest. Não só me faz chorar. Como faz com que eu tenha uma vontade imensa de voltar aos verdes anos de quando era menino. Correndo lourinho pelas ruas de Boa Esperança. Sendo vigiado de perto pelos meus queridos pais.

 

 

 

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