À mercê da pontualidade

O relógio assinala cinco  e meia e já estou de pé.

Nem antes nem depois.

Assim que as horas marcam seis exatas já estou pronto a deixar o apartamento.

Precisamente as seis e cinco já estou aqui.

Na mesma rotina costumeira.

O porteiro do prédio ainda nem se levantou,

A manhã por vezes se mostra escura. Não se vê nenhum movimento pelas ruas. Um ou madrugão se encaminha rumo ao trabalho.

Antes das dez da noite recolho-me ao leito. Uma vez que faz calor dispenso as cobertas.

De janelas fechadas tento conciliar no sono. Ele não tarda a acontecer.

No dia seguinte, as mesmas horas de sempre, salto da cama. Vou a cozinha tomar minha Malthodextrina mesclada a duas bananas e meio liquidificador de leite. A pontualidade mais uma vez me enseja a fazer sempre igual.

Termino o texto matinal antes das sete. Pontualmente sempre.

Assim que o relógio marca sete e cinquenta já estou pronto a começar a trabalhar.

O primeiro paciente chega pontualmente as oito. Se ele atrasa logo a impaciência me domina. Sofro por chegar sempre antes. Não deixo que outrem me espere.

Deixo minha oficina de trabalho quando as horas marcam dez. Com a mesma pontualidade costumeira.

Despeço-me do simpático porteiro ao descer pelas escadas. As horas de sempre. Com a mesma presteza em cumprir os horários a que estou acostumado.

Dou uma voltinha pelas ruas da minha cidade. Uma caminhada que termina sempre antes das dez e meia.

Dantes, quando ainda atendia numa unidade de saúde próxima. Lá chegava sempre a mesma hora. Meu relógio mostrava exatas dez.

Nunca fiz ninguém  me esperar. Chego antes. Se sofro atrasos foram involuntários.

Volto ao apartamento precisamente, agora, nestes dias secos, a espera que chova novamente, perto das onze.

Almoço sempre ao meio dia. Em menos de dez minutos já estou pronto a voltar ao quarto. Repouso por cerca de quinze exatos minutos. E retorno ao consultório precisamente as treze horas. Disposto a voltar a atender novamente.

Quando não tem nenhum paciente agendado me dou ao luxo de deixar minha oficina de trabalho.

Isso acontece as três da tarde.

Quando as horas assinalam exatas quinze já estou na academia.

Corro na esteira por uma hora inteira. Sem descanso pedalo por meia hora.

A seguir, sem intervalo, faço musculação por meia hora.

Despeço-me dos amigos do Ltc quando as horas marcam exatamente dezesseis e meia. A tarde está pela metade.

Chego ao apartamento sempre a mesma hora. Chova o aqueça o sol. Tomo meu banho.

Exatamente as seis da tarde, já é noite, ligo a televisão. Desligo-a antes das dez.

O sono nem sempre vem.

No dia seguinte, a mesma hora de sempre, salto da cama.

E recomeço a minha rotina pontualmente a mesma hora.

Se porventura faltar a minha pontualidade algo de anormal aconteceu comigo.

Sou deveras refém dessa minha rotina. Acostumei-me a ela. Ela faz parte intrínseca do meu e

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