Confesso sentir saudade

Palavrinha sempre presente nos meus escritos.

Ela enseja pra mim sentimento de perda, ausência, melancolia, dor, amor e amizade.

Em nosso idioma ela tem como sinonímia a distância e ausência de alguma coisa ou alguém que não está presente. Tem origem no latim como seja solidão.

Sinto saudade de tudo e de todos. De mim mesmo sinto também.

Daqueles dias de minha infância perdida uma saudade imensa me cavouca por dentro.

Daquela rua nunca me esquecerei. Dos meus pais jamais me olvidarei.

Sinto saudade daquelas férias de fim de ano. Daqueles dezembros que já se foram.

Do começo do ano letivo da mesma forma não esquecerei.

Sinto um apertume no peito por motivos díspares. Uns nem sei quais são.

Sinto uma angústia inexplicável a me apertar por dentro de coisas e loisas pra muitos sem significado. Mas pra mim elas são mais que importantes. E nelas mergulho de corpo inteiro. Sem medo de me afogar.

Mujo de saudades de meus amigos de tempos pretéritos. Muitos deles já não estão aqui presentes. Foram em busca de novas amizades em outras plagas. Talvez no céu.

E que saudades me trazem as lembranças de minha primeira professorinha. Aquela que me ensinou a distinguir entre o a e o b.

Da mesma maneira aperta-me por dentro uma saudade imensa do meu cãozinho Rebel. Aquele pretinho valente que perdeu a vida pra me defender menino de um cão bem maior que ele foi.

Saudades da minha infância que não volta mais. Daquele joguinho de finca e bete. Daquela bicicletinha de rodinhas amarelas das quais me desvencilhei após tantas quedas.

Saudade daquela pracinha da linda Boa Esperança de antão. Onde me vi de dedo em riste como se fosse uma arma apontada em direção do nada.

Saudades me cavoucam por dentro de tantas coisas. Da primeira namorada. Do rela do jardim.

Da vez que levei aquela linda menina ao matinê. E comemos pipoca. Como eu não tinha dinheiro quase fomos levados ao juizado de menores. Salvos que fomos pelo seu pai. Que era o bilheteiro daquele cineminha que não existe mais.

Saudades daquele canarinho cantante. Que um  dia escapuliu da gaiola e se viu em liberdade. Mas, dias depois preferiu ser trancafiado de novo. Acostumado que estava ao cativeiro. Pois nasceu ali. E não soube o que era sentir nas penas o vento gostoso de ser livre.

Saudades fazem meus olhos lacrimejarem. Por qualquer coisa. A isso chamo sensibilidade.

Sentimento intimamente ligado a palavra saudade. Que não se desgruda de mm sempre.

A partir de amanhã não estarei mais aqui. Vou partir para bem longe. Em merecidas férias numa praia num cenário pra mim desconhecido.

Seja pra onde for. Confesso vou sentir saudades das minhas crônicas matinais. De vocês, meus leitores. Os quais considero mais que amigos. Irmãos de crença com os quais comungo mais que amizade.

Mas logo estarei de volta. Com o peito recheado não somente de saudades. E cheio de inspiração a mostrar a vocês.

Até breve. Saudades sempre…

 

 

 

 

 

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