Se te chamarem de gorda…

Difícil ser ao mesmo tempo gordo e infeliz.

O exemplo maior do que um ser obeso, que arrancou gargalhadas desde quando o conheço, e fez o mundo inteiro sorrir se chama Jô Soares.

Pena que doenças inerentes à obesidade o levaram pra onde a gente ainda não sabe donde ficamos se na azulice do céu que desponta depois de a noite se metamorfosear de negro a linda cor azul.

Quem já o viu em seu programa tarde da noite, em entrevistas notáveis com seres ditos iluminados ou com personalidades de conhecida fama ou notórios desconhecidos  nunca jamais poderia duvidar tanto de sua inteligência ou sabedoria. E “viva o gordo” ele se anunciava.

Quem torce o nariz quando passa uma gorda do lado. Por sorte sua esposa se faz ausente. E nem carece que ela requebre as cadeiras num doce balanço a caminho do mar. E se desveste da saída de praia e vai quase nua pular as marolinhas ai que saudade me cavouca o peito um naco gorduroso de torresmo bem ao ponto de ser mordido deixando de lado a dentadura e engole aquilo tudo sem ao menos engasgar.

Obesidade quando passa dos limites tem de ser tratada.

Se não vão rir da coitada chamando-a, às escondidas, de baleia branca ou aliá.

Mas pra mim, que enxerga os gordos sem lentes de aumento, eles são todos mais que obesos.

Pena que já perdi incontáveis amigos de mal com a balança. Um deles, o Miguelzinho ( inho é puro carinho), pois seu peso, em quilogramas, era melhor ser pesado em toneladas. Só de banha em volta da cintura a pobre balança se quebrava depois de mostrar os ponteiros medidores de fora.

E a causa mortis do Miguelzinho foi assinada por um médico legista como – queda de balança onde morrem os dois.

Mas a Doroteia, uma moça não mais tão mocinha, já que ela havia perdido o selo da castidade aos menos de dez.  Arte acontecida num matinho ensombrado na roça de seu crédulo avô. Com um priminho safado e ainda virgem de mulher. Tomezinho só dantes conhecera,, não a quentura de uma fêmea, já que experimentou a sua primeira ejaculação prematura num buraco feito no caule nodoso de uma bananeira. Olhando as escondidas a capa da revista Playboy onde uma fotografia pelada, ou quase nua, da linda morena  Sheila do Tchan.

Mas desde que conseguiu levar a Doroteia àquele matinho fresquinho e com ela fazer amor sem ter amor por cima de um cupim. Nunca mais quis namorar com a cabrita Cotozinha. Umazinha que balia “bé, outro bé, depois de tanto esforço que o garoto levadinho fazia antes de terminar o ato.

Um dia, depois de meses e anos passados. Por uma queda de auto estima. Doroteia dos seus generosos cinquenta quilos passou a quase o dobro.

De namorido em namorado a não mais garota tentou dar o golpe da barriga a um jovem mancebo que por ela amancebou-se.

E com ele transava mais de dez vezes pela manhã e mais cinco depois do almoço.

Mas esse jovem de bobo nada tinha. Era mais esperto que o espertalhão que dava golpes tentando passar adiante um terreno vendido mais de não sei quantas vezes a terceiros e aos quartos.

E ele, além de usar camisinha na hora H segurava o orgasmo e ejaculava na moita de banana prata. E seu pinto nada tinha de nanico.

E nada de a Doroteia embarrigar.

Mais dois anos se foram jogando fora as datas do calendário.

Doroteia engordava mais que uma grávida aos nove meses.

Antes tão disputada pela garotada do bairro onde morava agora, com seus mais de cem quilos passou a ser renegada até mesmo pelo feioso sapo barbudo padeiro da padaria da esquina.

Um dia, ao passar perto daquela quitanda, ao ser admirada pela turma da bagunça, com suas falas chulas, Doroteia foi chamada de aliá obesa mórbida.

A resposta saiu daquela boca suja como uma ventania. Ao lado de todos os safados estava mostrando a sua cintura roliça e sua bunda não tão volumosa quanto a perna da Doroteia uma linda garota amada por toda a rua.

A tal garota mimosa nesse instante gritou: “oh! Você ganhou muito peso”.

No que a Doroteia respondeu: “ Sim. Estou na hora de florescer não secar”.

 

 

 

 

 

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