Nem toda árvore produz frutos.
Algumas apenas flores. É já é o bastante para enfeitar a natureza.
Já perceberam, nesse secume do ar, as flores dos ipês caírem no solo ainda vivas?
A mim me parece uma judiação com as tais florzinhas. Dá-me vontade de novamente grudá-las todas na ponta do galho de onde caíram para quem sabe devolver-lhes a vida. E, junto as suas irmãs vê-las sorrirem. Naquela linda árvore que em pouco tempo de novo vai se despir de suas flores. Voltando a ser o que era dantes; uma exatamente igual as suas congêneres.
Da mesma maneira que muitas árvores não produzem frutos certos assuntos não me dizem respeito.
Antevendo a peleja que vai acontecer no próximo ano. Com a eleições se avizinhando. Quando passa pelos meus olhos perscrutadores algo que diz respeito à política mudo de página. Prefiro algo mais palatável. Assim como belos textos literários. Embora não saiba poetar versos me fazem pensar.
Da mesma maneira sobre futebol prefiro não dar minha opinião. Já que há tempos optei por outro esporte pra mim mais fascinante. Não perco um jogo de tênis. Ao ver aqueles atletas em quadra meus olhos passarinham por todos os lados das quadras. E não se cansam de admirar aqueles sets disputados. Na próxima semana irei assistir a mais um torneio. Nas quadras de Flushing Meadows, nas proximidades de Nova York.
Ainda tenho em meu conceito como sendo estéril tecer comentários sobre religião. Cada um tem a sua. Considero a fé aquilo que nos move a vida. Cada templo traz sua verdade. Já que pensar deve ser livre como um pássaro em voo. E não se deve criticar qualquer convicção.
Assim vou seguindo meus passos. Dentro do meu conceito do que seja bom ou mau. Vou levando minha vida sem me preocupar com o que pensam dos meus escritos. Se acham de bom alvitre comentem. Se não tenham a liberdade de se omitirem.
Considero estéreis qualquer comentário de minha parte sobre política ou religião. Se vou votar neste ou naqueloutro apenas compete a mim. Se vou me abster de votar simplesmente não compareço às urnas. Pra que perder meu precioso tempo em alardear minha simpatia por esse ou aquele candidato? já que o voto deve ser mantido em sigilo?
Pra que motivo devo deixar de frequentar aquele templo ou igreja se não faz parte das minhas crenças? Por que ir àquele jogo de futebol se não comungo desse prazer?
Vem de aí a minha opção de não criticar coisas e loisas que não me dizem respeito. Tenho por mim fazer apenas o que me apraz.
Certos assuntos prefiro não opinar. Em boca fechada não entram mosquitos. Tenho pelos meus escritos em alta estima. Daí a minha assinatura vem abaixo.
Se porventura disserem de mim que atestei isso ou aquilo, se errei, tento corrigir meu senão. Se acertei não precisam me aplaudir. Simplesmente leiam. Aplaudam ou apupem.
Mas me poupem de entrar em discussões que não levam a nada.
A isso nomeio falta do que fazer. E não faço nada que me fira a dignidade de escrever apenas o que penso. O que deixei de pensar fica pra outro depois.
Grande parte das árvores não produzem frutos. Mas enfeitam-nos com suas flores.
Da mesma maneira que alguns textos não me passam pelos olhos. Quando eles comentam sobre esses temas ventilados acima.