Deus proteja os nossos irmãozinhos de quatro patas

Sempre tive pelos cães a maior devoção.

E penso ser a recíproca verdadeira.

Nunca um deles me mordeu. Filhotes brincalhões costumam pular em mim e por vezes me arranham a pele fina.

Já tive inúmeros cães. E todos eles, sem exceção, me foram fiéis e devotados.

Não tenho tanto amor aos bichanos. Gatos não apenas são independentes. Arredios e fujões. Não a eles responsabilizo. Faz parte de suas índoles o fato de não serem tão dependentes de nós como vacas e cães.

Cachorros ladram e afagam os rabinhos. Costumam demarcar o seu território a exemplo de outros felinos.

Tive um cãozinho peludo. Na minha casa do Centenário. Batizado como Willie. Machinho e escapista. E, bem me lembro. Embora já tempos avoam. Quando deixava o portão daquela casa enorme com duas bandas desfraldadas Willie escapava. Ou fugia pelo portão entreaberto. Por um descuido qualquer. Ou entre as frestas daquelas grades cinzentas. Onde na presente data situa-se uma escolinha feita sob medida para criancinhas. Seu endereço ainda o é – Rua Padre Frederico Bangber 135.

Minha esposa não aprecia cães. Talvez não tenha se acostumado. Em criança. Menina ainda. Ou por influência de sua mãe Dona Edmeia. Ou ainda de seu saudoso pai Seu Zé Lasmar.

Já tive não sei quantos ladradores. Naquela casa grande. A mesma da rua Padre Frederico. Ali passaram distintas raças canídeas. O pequeno Willie não foi o primeiro. Nem o derradeiro.

Canzarrões de dimensões maiores que a minha pequena estatura eram os mais dóceis.

Já tive Dálmatas. Como aqueles do filme Malévola a bruxa malvada. Passaram-me pelo canil. Aos fundos da minha morada. A do bairro Centenário- dogs alemães. Cães pastores como o falecido amigo Del Rey. Border Collies inteligentes. Já tive mais de três. Que, ou perderam a vida na minha roça. Ou desapareceram sem deixar vestígios. Já tive vira-latas féis a minha causa de vigilantes. E, nos derradeiros tempos, na minha rocinha querida, moram dois filhotinhos amiguinhos do peito. Eles se chamam Clo e Robson.

Ah! Já ia me esquecendo o Pirunguinha. Há tempos não o vejo. Aquele Border Collie serelepe ama correr atrás das marolas da represa de Camargos quando por ali passam barcos pela borda da represa.

Pena que, não só na minha cidade.  E como exemplo cito outras. Uma vez que os filhotinhos crescem. E o preço da ração sobe às alturas. Suas cacas amontoam-se no pátio do lado de fora da casa. E eles envelhecem. Ficam cegos e manquitolas.  Seus antigos donos. E seus fiéis cães de guarda. Tomam a direção dos carros. E, os cãezinhos alegres por entenderem que irão fazer um passeio no campo. Longe de onde sempre moraram acabam sendo despejados dos autos sem ao menos um adeus. Ou um até breve. Sendo solenemente abandonado. E acabam engrossando a legião de cães de rua. Os mesmos que cavoucam sacos de lixo famintos a procura de restos de comida. E acabam mortos sem direito a uma sepultura digna. E suas carcaças apodrecem num lixão qualquer. Ou servindo de pasto aos urubus.

Ontem, quatro de outubro, foi dignificado ao santo de nome São Francisco de Assis.

O padroeiro dos animais e da natureza é também conhecido como santo dos pobres. Segundo consta nos livros de história ele morreu na noite do dia três para o dia quatro de outubro de 1226.

Em sua honra e glória todos os tipos de bichos comparecem. Levados pelos seus tutores. E os bichinhos recebem as suas bençãos durante a celebração.

E quantos cães, gatos, ratos inclusive, bichos de mais valia, são tratados como reis ou rainhas.

Conquanto a maioria dos cães são sujeitos a toda a sorte de crueldades. Definham pelas ruas de muitas cidades. Sendo vítimas de sarnas e bernes oportunistas. E, quando mais precisam de nós são escorraçados. Deixados à mingua. Passando fome e perfurando sacos de lixo na tentativa malograva de mitigar a fome. Ou, não sei se se  trata de sorte ou azar. Acabam sendo atropelados e muitos não saem ilesos da desumanidade humana.

Meu bom São Francisco de Assis. Proteja os nossos amiguinhos de onde estiver.

Ore por ele como a gente costuma orar por nós.

 

 

 

 

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