Leia com meus olhos

Já se passaram quatro anos desde quando lancei meu derradeiro livro.

Geralmente não me alongo tanto.

Por Quem os Sinos Não Dobram foi o último dos moicanos.

Ele completa o número dezoito.

Dá-me pena deixar tantas crônicas arquivadas na memória do meu computador. Elas merecem ser compartilhadas com quem aprecia uma boa leitura.

Dentre mais de um mil e quinhentas, nascidas durante esta pandemia, algumas foram postadas no Face, outras são inéditas, torna-se missão quase impossível eleger, dente tantas, quais são merecedoras de figurar neste livro.

Caso editasse, neste livro que agora nasce, não sei ainda quando, assim que tomar coragem, todas elas, seria um livro de muitas e incontáveis páginas.

Ele fatalmente iria desagradar os leitores. Pois livros obesos demais assustam não apenas as editoras bem como aqueles que passam os olhos naqueles amontoados de letras miúdas.

E como escolher o título desta coletânea de crônicas?

Muitos, sobremodo os menos aculturados, têm dificuldades em entender algumas das palavras escritas a cada manhã.

Não que tenha a intenção de escrever difícil. Crio vocábulos. Insiro palavras talvez de difícil entendimento. Mas o faço sem sentir, aliás, sensibilidade dentro de mim brota como o capim braquiária depois de uma chuva criadeira.

Não tenho a pretensão de me tornar erudito. Aprecio, e muito, a linguagem simplesinha do homem da roça. Sou fã de carteirinha de seus hábitos singelos. Tenho a maior admiração por suas lutas constantes. E como tem faltado chuva nestes tempos de primavera.

A florada dos ipês quase se despediram. Resta um ou outro. Os de cor amarela prometem voltar quando agosto vier.

Quando escolhi Ler com meus olhos para título deste livro que agora ameaça nascer, fi-lo pensando naqueles olhos desacostumados de ler.

Tento fazer dos meus olhos o veiculo que leva os leitores, os que dizem não compreender algumas palavras, tornar fácil o entendimento. Para que alguns vocábulos sejam entendidos. E se tornem palavras de mais fácil digestão.

Leiam com meus olhos tudo que vai escrito. Se não apreciarem um ou outro texto por favor. Recorram a mim. Seu autor.

Se pudesse ler todas estas crônicas, tantas que são, o faria com maior prazer.

Mas só me resta deixá-las a contemplação de vocês.

Leiam, uma a um. Reflitam. E, se por acaso não entenderem alguma palavra que seja, procurem nos meus olhos, a inspiração que me toma a cada manhã.

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