“Nem um nem outro”

Não sabia, até o presente momento, qual a linha divisória entre inteligência e sabedoria.

Depois de recorrer ao pai dos burros  (antítese da palavra inteligência) chamado google. Não é nada parecido a um asno. Depreendi que em verdade ser inteligente significa desenvolver e aprofundar os conhecimentos e as habilidades. Ser sábio quer dizer compreender como utilizar tudo isso adequadamente, com vistas à felicidade do individuo e de quem estiver ao seu redor.

A experiência nem sempre nos conduz a sabedoria. Podemos envelhecer e continuar a esparramar burrice pelos quatro cantos de nosso latifúndio improdutivo. Daí os sem terras podem se aproveitar de enormes fazendas e nela se instalarem não incendiando máquinas agrícolas ou matando rezes para com elas fazerem churrascadas regadas à cachaça  e por vezes drogas em suas drogas de vidas que os fazem invadir terras produtivas ou não. Soberbamente sob a bandeira vermelha inspirados e motivados por essa sigla partidária do atual mandatário barbudo de nossa nação, que, ao vê-lo com sua pança estufada vociferando em palanques país afora palavras ditas da boca pra fora. Falando sandices em sua linguagem pouco erudita. Nele não percebo nem ao menos sabedoria e muito menos inteligência. Já que a segunda palavra escrita dantes ele pode desfrutar  um cadinho. Mas que a sua é desviada para o mal não me deixam dúvidas ou incertezas.

Aprendi ainda que os sábios lidam melhor com a frustração do que os inteligentes. Pois as ditas inteligentes costumam ser metódicas em contraste com as sábias que podem não ser.

A sabedoria é uma das virtudes mais relevantes que o ser humano pode desfrutar. E uma das que menos se trabalha para desenvolver. Ser inteligente é muito bom. Porém não vale grande coisa se não se torna sábio. Agir com ponderação e equilíbrio, sempre que nos vemos em uma situação de conflito a isso se nomeia inteligência emocional.

Existem nove tipos de inteligência definidos por Howard Gardner, psicólogo americano que causou forte impacto na área educacional.

Fazem parte dessa lista. Inteligência lógica –  matemático. Linguística, interpessoal, intrapessoal, físico cenestésica, espacial e musical. E anos depois foram inseridas às acima – naturalista e existencial.

Não irei dissecar uma a uma pois a mim me parece que todos podem ou devem ser incluídos em uma ou outra segundo essa classificação acima. Mas sabedoria tem mais degraus para se conquistá-la ou abraçá-la fortemente entre seus braços que podem ser curtos ou alongados o suficiente para não adquiri-la com a experiência acumulada anos a anos contando-se este de dois mil e vinte e três. E, se porventura vocês conseguirem conquistar a tal sabedoria, por favor, jamais a deixem escapar por entre seus dedos. Senão, assim que foram intimados a saltarem a outra vida, não deixem que fique escrita no seus epitáfios o seguinte dizer: “esse, que aqui jaz sepulto, nasceu inteligente. Mas, devido ao tapa olhos que lhe serviu de viseiras ele mesmo, mesmo tendo nascido com um coeficiente intelectivo alto, não aprendeu a ser sábio. E ele mesmo morreu usando sua inteligência ao sabor do mal. Como certos dirigentes de nações como a nossa. Não vou declinar seu nome pois sabem de cor sobre quem escrevo”.

Tenho um compadre, o qual, num pretérito bem dantes dos tempos de agora, já falecido de causas naturais. Não foi resultado de uma bala perdida que encontrou outro alvo distinto desse meu preclaro amigo. Cujo nome era Deovaldo. Concordam comigo que era um nome primeiro bastante incomum. Pois até mesmo meu corretor ortográfico sublinhou a palavra Deovaldo.

Mas foi exatamente desse jeito que seu nome número um foi escrito naquele livro de capa dura onde constam nomes de recém natos. Sem tirar nem ao menos d ou v.

Aquele dito antes, personagem por mim inscrito nos parágrafo dantes nascido, segundo diz o boletim da primeira escola onde iniciou seus estudos com um QI acima de 140. Ele foi considerado super dotado (não no quesito tamanho do pênis e sim inteligência acima do normal). Já os abaixo de 70 e 80 são ditos embotados. De 130 a 144 inteligência superior. De 115 a 129 acima da média. De 85 a 114- mediana.

Deovaldo em verdade usou seu alto coeficiente intelectual até que perfeitamente bem até o dia em que buzinaram em sua cabeçona que ele bem poderia se candidatar a algum cago político.

E assim o fez. Na primeira eleição para vereança foi derrotado por um aparentado próximo que a ele tomou por empréstimo a cara bonita e lhe afanou os votos que em verdade seriam dele.

Na próxima data de nova eleição Deovaldo se saiu vitorioso ao cargo de edil. E no primeiro mandato foi feito presidente não presente da câmara de vereadores. E foi reeleito por incontáveis vezes a esse mesmo cargo.

Não satisfeito com essa conquista candidatou-se à prefeitura. Foi derrotado por uma margem insignificante de votos mas não desistiu.

Como a atual prefeita era muito amada pelos seus munícipes Deovaldo tentou outro cargo na política. Queria voar mais alto. Quem sabe deputado?

E, na eleição subsequente conquistou uma cadeira na assembleia estadual. Até que foi muito bem votado. Teve mais votos que os necessários para ser eleito a um cargo de deputado  na capital das Alterosas- a linda BH.

Mas, dizem que a ocasião faz o gatuno.

E uma vez eleito deputado estadual, mesmo vivendo sua solteirice num amplo apartamento em Belo Horizonte, à cavaleiro de inúmeras vantagens além de um polpudo salário, o iniciante político, ao sentir poderoso, começou a receber propinas polpudas tanto de prefeituras cujos gestores eram gananciosos como ele. E já no primeiro ano começou a enricar.

Comprou uma fazenda enorme no extremo norte de nosso estado. E cabeças de bois branquinhos pastejavam mansamente em suas pastagens verdinhas.

Casas de grandes dimensões em condominios de portões fechados em bairros de gente abastada de nossa capital e até mesmo em sua sede partidária sua sanha de bom empresário de mostrou evidente.

Deovaldo, um dia, sem saber quem seria o denunciante de suas  falcatruas, ainda sonolento recebeu a visita inoportuna e inesperada de agentes da polícia federal.

Foi lhe dada voz de prisão por roubos do erário estadual e formação de quadrilha e improbidade administrativa.

Foi levado de camburão com os pulsos algemados a uma delegacia no alto da serra do Curral.

Lá o delegado responsável, incorruptível e extremamente idôneo, deu-lhe voz de prisão.

Foi lá que um advogado, meu conhecido, desde os bancos da faculdade, eu recém formado em medicina e ele em direito.

O qual foi por mim indicado para seu defensor.

Através desse meu colega e amigo, doutor Negis advogado criminalista, de bom conceito em nosso estado. Me informou, depois de visitar seu cliente, numa cela isolada no quartel da policia federal.

Foi esse o diálogo, melhor dizendo,  inquisição, que me fez a par da conversa entre o preso e o seu defensor: “é verdade que você desviou verbas para a educação durante seu primeiro mandato a deputado?  E é acusado de ter recebido propinas do prefeito de uma cidadezinha ao norte de nosso estado? Se foi me confesse. Talvez suas alegações contribuam em muito a sua defesa. E ainda tem em seus múltiplos processos, entre eles por improbidade administrativa, a sua fazenda no mesmo norte de Minas ter sido adquirida por desvios de mais recursos à saúde por cumplicidade na compra de vacinas que deveriam ser usados na pandemia do início da chegada da Covid 19. São tantos processos juntados nas prateleiras do Fórum de BH que nem sei por onde começar. Você se acha inteligente ou sábio? Não satisfeito com tantos assaltos à cofres que não lhe pertencem ainda por cima alega inocência”?

Deovaldo, já sem as algemas, coçou a careca e respondeu impensadamente: “nem um nem outro. Sou como todos os políticos larápios. Ladrão de verdade”.

Não carece dizer o mesmo que penso de nosso atual presidente…

 

 

 

 

 

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