Acabou-se, mais uma vez, a esperançalavras

Nem sempre quem espera cansa.

Eu, de tanto chegar antes a espera me causa cansaço.

Chego antes do compromisso assumido. Em via de sempre alguns minutos bem antes.

Sofro não só por excesso de sensibilidade como também por intensa pontualidade.

Creio, embora muita gente descreia. Que foi o magnifico relógio famoso em Londres. De nome Big Ben. A quem ensinei a ler as horas. Minutos, segundos, com tamanha pontualidade.

Creio ter sido quem acertou os seus ponteiros para dizer meio dia. Ou badalar meia noite.

Os britânicos se guiam não pelos seus relógios quais sejam o Cuco. Ou os demais relógios de pulso. Geralmente usados no pulso esquerdo. Mesmo não sendo esquerdistas ou petistas fanáticos por um tal de Lula.

Amo a minha Lavras. Cidade chamada por Assis Châteaubriant como um dos berços da cultura brasileira. E ainda alcunhada de Cidade dos Ipês e das escolas.

Como toda cidade a minha querida Lavras coleciona defeitos. Onde infelizmente não tenha nascido. Embora a considere meu berço pois aqui cheguei. De Boa Esperança, aos cinco anos de idade. Para crescer. Naquela mesma rua. Chamada Costa Pereira. Naquela casa de número 155. Foi onde viveram meus saudosos pais.

Hoje dela nada mais resta a não ser saudades e intensa nostalgia. Agora apenas um tapume encobre não apenas a saudade e as velhas lembranças dos meus amigos da Costa Pereira. Pra onde foram os meninos daquela rua? Bem perto do velho hospital Vaz Monteiro. E do clube onde ainda frequento. Quase todas as tardes. O mesmo já descrito. Em outras crônicas. Não como LTC. E sim como Lá Tem Coisa. E das boas. Pena que a academia a qual frequento ao cair das tardes está passando por uma reforma. Quando ela reabrir as portas por certo a encontrarei bem melhor.

Lavras tem defeitos e virtudes.

Dizem que ela só tem duas ruas. Uma que sobe e outra que desce. Que o trânsito embanana nas horas de pico. E eu me pergunto? Me indago. Por que tantos carros em trânsito se temos nossas pernas para andar. Nossos joelhos para servirem de dobradiças para se dobrem. Se temos os pés para caminhar ou correr. Pra que tanta gastança de combustível? Se bem que eles baratearam. Dizem que foi uma medida populista com a intenção de angariar votos. Mas, pra mim tanto faz como tanto fizeram por mim meus pais.

Eu dispenso autos. Um dia me perguntaram a razão de não trocar minha estradinha 2008, 2009 por uma mais nova? E eu respondi, à concessionária, da seguinte maneira: “vocês não têm um par de pernas mesmo que recauchutadas para trocar”?

E eles responderam um sonoro não. Se por acaso uma fábrica de autos precisar dos meus humílimos recursos parcos para sobreviverem. Consideram-nas prestes à insolvência.

Ou à bancarrota. Como preferirem.

Lavras tem outros defeitos e inúmeras virtudes.

Fica situada numa região estratégica a meio caminho entre Rio e São Paulo.

Pertinho das estações de água. Quem já provou a água de Caxambu. Ou de Cambuquira. Que seja de São Lourenco ou de Lambari. Desconhece coisas e loisas melhores. Poços de Caldas da mesma forma tem um balneário digno de descansar os ossos.

E, se dizem que Lavras, ou Minas Gerais não em mar. Põe mardade nisso.

Que marzão de água doce as nossas represas nos oferecem graciosamente.

É só se banhar em Furnas. Ou na represa de Camargos. Ou até mesmo na do Funil. Não se afunila jamais. Cuidado que pode se afogar. Daí a importância de saber nadar ou usar um colete salva vidas.

Penso eu. Pensando com meus neurônios que viajam nas minhas escrevilhanças tantas.

Que o maior defeito de nossa cidade é não ter um representante nas câmaras estaduais ou federais.

São tantos os postulantes aos cargos de deputados estaduais ou federais que mal cabem nos dedos dos pés e das mãos juntas.

Se, por acaso, ou descaso, como em Varginha, terra do ET e das indústrias que deveriam fincar os alicerces por aqui. Acabam se emigrando para lá.

Se, em nossa amada Lavras se unissem. Independente das paixões partidárias.

Que fossem petistas ou Bolsonaristas.

Ignoro a questão partidária. Se dessem as mãos e os pés.

Se apenas dois candidatos. Um a federal. Outro a estadual.

Quem sabe se elegeríamos ambos.

E quem sairia vencedor com esta atitude por mais que sensata?

Todos nós. Lavreanos ou lavrenses.

Não importa pra que lado as comportas sejam abertas.

Uma enchente de votos iria lotar as urnas em que seção fosse.

Agora. Urnas fechadas. No primeiro tuno. Deputados eleitos. Não se elegeu nenhures de nossa querida Lavras.

Acabou a lavrasperança em dias melhores para o nosso povo.

Tudo que viria pra cá toma outro endereço. Vai em direção à terra do ET.

 

 

 

 

 

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