Jovens pouco conhecem seu corpo e funções.
Daí a importância da primeira consulta com o urologista já na pré adolescência.
Muitos confundem adolescência com aborrecência.
Por um singelo motivo. Além de imberbes, arredios, desconfiados e intolerantes, estes jovens, pobres jovens, ah, se soubessem o que eu sei. Não amavam, não se casavam, passavam a vida inteira compondo versos, nesta vida adversa em que nos encontramos.
Quantas e incontáveis vezes, aqui mesmo, nesta oficina de trabalho, com aquela vista linda do alto, por aqui passaram jovens, meninos e meninas, de espinhas na face, voz anasalada, fanha, por vezes, sem saber o porquê de tantos porqueres.
Exemplifico: como saber se aquela pelinha exuberante, que recobre a glande, chamada de fimose, deve ser removida. E que ela pode ser a razão de tantas e tantas doenças ligadas ao sexo desprotegido. Tais como o HPV, hoje tão prevalente, os cancros, mole e duro, que devem ser diferenciados, pois um se trata de um cancro sifilítico, e o outro nada mais é que outra patologia, causada por outra bactéria, mais fácil de curar. Da mesma maneira cito a candidíase, devida a um fungo, ligado à falta de higiene, que pode ser evitada por uma singela operação chamada de postectomia.
Muitos jovens, no inicio de sua vida sexual, ejaculam muito veloz, mais ainda que o vento que assopra nas tardes outonais, tendo como causa a ansiedade, que pode ainda ser atribuída a tal fimose, dado ao excesso de sensibilidade que a glande recoberta exibe constrangida, por nunca ter visto a luz do sol.
Tenho alertado, sobretudo aos rapazes, que aquele líquido transparente, que antecede a ejaculação propriamente dita, é recheado de pequenas celulazinhas, chamadas de espermatozoides, os quais, se encontram um óvulo em seu caminho acabam por se unirem, inadvertidamente, dando inicio a uma gravidez antecipada. Como se o pobre concepto não pedisse pra nascer, gerado por uma paternidade irresponsável.
Tantas e tantas patologias poderiam ser evitadas se previamente alertadas por um especialista. Daí a importância da primeira consulta com o urologista.
Tenho um amiguinho, de nome pomposo Vitor. Ele tem a altura de um pintor de rodapé na ponta do dedo minguinho.
Por isso o chamo Vitinho. Ou Vitim, como prefiro.
Ele é um bom menino. Fala baixinho, respeitoso, trabalhador e estudioso. Mal se escuta sua fala fina. Ele permanece quase o tempo todo calado. Via de sempre, quando vou a roça, com meu amigo Clodoaldo, pai postiço, exigente, um faz tudo, Vitinho ocupa pouco espaço. Elezinho vai no banco de trás da minha caminhonetinha prateada. A qual epitetei de Pratinha Valente.
Segundo ouvi do meu amigo Clodoaldo, amigo de verdade, o seu filho que sempre o ajuda no trabalho, arrumou uma namoradinha na semana passada.
Até na presente data tudo não passa de um flerte inconsequente. Já que a mãe da menina não consente que os dois saiam de casa sem estarem acompanhados.
Clodoaldo, previamente sabedor da minha especialidade, pediu-me, encarecidamente, que explicasse ao filho Vitinho algumas peculiaridades do sexo.
Ele tinha dúvidas sobre aquele líquido que antecede a ejaculação antes do orgasmo propriamente dito. Se aquilo poderia causar algo mais do que o prazer do momento.
Expliquei, tanto ao pai, quanto ao filhote, não de Tico Tico, pois pai é quem cria, não aquele que deposita os ovos no ninho alheio, que aquele líquido transparente é rico em células reprodutoras. E que só umazinha delas vai dar conta de chegar ao óvulo.
Aqueles bichins do Vitim podem causar uma gestação indesejável. Antes da hora própria. Assim que o jovem rapaz se transformar em adulto, não adúltero, responsável.
Não sei se minha explicação foi convincente. Se tanto o pai quanto o filho ficaram satisfeitos.
O fato é que os bichins do Vitim são capazes de fecundar o óvulo. Tenham cuidado na hora de copular. Depois não digam que não avisei,
