A triste história de Aninha

Elazinha nasceu numa família bem estruturada.

Foi criada desfrutando de todos os privilégios.

Teve uma educação esmerada. Cercada de todos os mimos a menina Aninha teve tudo que uma criança desejava.

Aos dez anos evadiu-se da escola. Graças às más companhias, contrariando os ensinamentos dos pais, partiu rumo ao nada. Enveredou-se pelo caminho das drogas.

Experimentou uma bituca de cigarro antes dos cinco anos. Desde então não parou mais.

Aos doze anos, completos, saiu de casa em companhia de uma amiga. Voltou aos quinze anos, arrependida. Mas já era tarde. Viciada em cocaína, começou a cheirar aquele pozinho branco e não parou mais.

Para conseguir comprar a droga prostituiu-se aos quinze anos. Engravidou-se aos dezesseis. Por sorte da criança expeliu o concepto numa tarde de domingo. Nunca se soube quem era o pai.

Aninha nunca trabalhou na vida. Vivia aquela vidinha desregrada graças à mesada que recebia do pai.

Aos quase vinte anos aquela não mais menina foi internada numa instituição que cuidava de viciados. Dali fugiu antes de completar dois anos inteiros.

De novo na casa dos pais. Que a receberam com o maior carinho.

Mas, pau que nasce torto nunca mais se endireita, Aninha mais uma vez retrocedeu no vício.

Antes dos trinta o pai de Aninha, homem direito, que jamais havia experimentado qualquer cigarro, afeito ao esporte, mais uma vez se decepcionou com a filha.

Pensando que ela havia se endireitado mais uma vez uma enorme decepção lhe marcou a vida toda ela dedicada à família.

Aninha foi presa durante uma batida policial. Foi pilhada em fragrante numa festinha banhada a uísque e outras drogas. Totalmente dopada foi levada à delegacia. Mais uma vez o infeliz pai de Aninha conseguiu livrá-la da cadeia.

Aquela seria a última vez, prometeu ele.

Aos trinta anos Aninha mais uma vez tentou enveredar-se pelo caminho do bem. Mas foram meras tentativas.

Antes de completar quarenta, parecendo bem mais, Aninha mais uma vez foi internada. Ali passou dois anos inteiros.

Saiu um pouco melhor. Novamente os pais a acolheram. Pensando numa vida nova para a filha desgarrada.

No entanto, mais uma vez Aninha saiu de casa. Voltou às más companhias. Reincidiu no vicio.

Foi quando tive notícias dela.

A mesma foi sepultada na tarde de ontem. Não pude comparecer ao velório.

A história de Aninha me foi contada por um amigo. Como ela acontecem muitas. Neste mundo tão díspare. Onde tantos nascem com tudo para ser felizes. Entretanto jogam a felicidade pela janela. E nem ao menos enxergam o sol nascer.

 

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