Ressaca das urnas

Foram meses de pura efervescência política pelos quatro cantos do país.

Não se falava noutra coisa. Tanto pela mídia, assim como pela internet, eram fatos, fakes, amplamente noticiados pelo país inteiro.

De tanto usar o controle remoto, naquele horário gratuito, creio que ele acabou emperrando. Por sorte minha televisão tem outras opções. E logo, antes do jornal nacional, ou depois dele, trocava de canal. Mas, para infelicidade minha e de outros espectadores, não havia como nos desligarmos das notícias, daquelas carinhas que prometem mundos e fundos. E, depois de derrotados, ou eleitos, se esquecem das promessas eleitoreiras, mal se lembram do dito, pena que eles não foram registrados em algum cartório, para, uma vez as promessas não tenham sido cumpridas seus portadores não sejam responsabizados pelas falas não muito confiáveis.

Felizmente, a partir de ontem, o resultado veio à luz do dia. Quem venceu o pleito considera-se por satisfeito. E quem foi vencido promete fazer oposição ferrenha ao vencedor. E a gente, brasileiros e brasileiras, o que esperamos do dia seguinte?

Que o país encontre o norte. Que a violência se dê por vencida. Que a crise tenha fim. Que o desemprego termine de uma forma ou de outra. Que a paz seja encontrada, onde quer que ela esteja.

O dia de hoje acordou diferente. Fresco, sol ameno, uma aparente calmaria tomou conta da gente. O anterior burburinho agora fica para outros tempos.

O ano que vem ameaça chegar. De presidente novo, novos governadores, câmara renovada.

O que esperar deste país continental? Quem assumir o posto máximo da nação vai de fato mostrar austeridade? Vai fazer justiça aos nossos votos? Tomara.

Votei naqueles que considerava mais aptos ao cargo que ocupariam. Não sei se meu voto foi acertado. Só irei descobrir meses depois. O fato é que o país merece o melhor. Mas, quem seria o ideal? Aquele que combate a corrução. Que se arvora em salvador da pátria? Ou simplesmente aquele que cumpre a constituição?

O brasileiro tem a fama de não saber escolher. Talvez nosso povo tenha mudado. Graças à educação, a informação mais apurada, a escolha talvez tenha sido mais acertada. Em todos os níveis. Assim espero.

Mais dois meses estaremos de presidente novo. Agora só nos resta esperar dias melhores.

Um Brasil melhor do que temos experimentado.

O fato consumado é que estamos vivendo a ressaca eleitoral. Não mais teremos de usar o controle remoto. Estaremos desobrigados a mudar de canal.

Merecemos um futuro melhor. Do que este que nos impuseram boca abaixo.

A escolha foi feita. Bem ou mal teremos de nos contentar com quem venceu a eleição. E fazermos a nossa parte.

Um país, para ser forte e respeitado, não depende apenas de quem nos dirige. Somos todos fiscais de nossos mandatários.

Hoje cedo acordei com um estranho pressentimento. Desci a rua pensando no povo brasileiro. Cansado de tantos desgovernos. De tanta gente mal intencionada a nos guiar por caminhos equivocados.

Nesta ressaca eleitoral, nestes dias que sucedem ao voto, pensei num futuro mais risonho. Sou um otimista de plantão. Tomara meu otimismo não seja apenas fruto de um sonho bom.

Que este sonho com um país pródigo em oportunidades não seja apenas mais um delírio meu.

A gente votou. Venceram os vencedores. Mas, em verdade espero que vençamos nós. Que o Brasil encontre seu destino. Bem que merecemos.

Afinal, foram tantos anos de sofrimento, que a esperança num país mais fraterno não se torne mais uma utopia dos sonhadores.

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