Esqueçamos mágoas e ressentimentos

Durante a vida inteira colecionamos desafetos, constrangimentos, mágoas, desilusões, e toda a sorte de iniquidades.

E não é fácil viver desta maneira. E muitos morrem deixando no seu rastro o uivo amargo da saudade.

Saudade do que passou. Dos entes queridos que se foram. Das brincadeiras de criança que um dia fizeram parte da nossa infância. E até mesmo das desavenças antigas. Que resultaram em nada. Apenas infelicidade. Que se perdeu na marcha feérica  do tempo.

Este não tem sido um ano fácil. Dois mil e vinte quase se foi.

Nele experimentamos quase tudo. Enfermidades, a tal pandemia, crise, famílias sofrendo na pele a falta de empregos. Cidades entregues a própria desventura da tal crise que assola o mundo inteiro, de norte a sul.

O mundo não vai se esquecer destes tempos sofridos. No entanto, tudo que é ruim, de repente se torna melhor. Da mesma maneira que a chuva cai, no instante seguinte ilumina-nos o sol. Da mesma maneira que o sofrimento nos aflige a alegria retorna. Assim como o choro brota da carinha triste daquele menino, o sorriso volta àquele rostinho ainda sob o efeito de lágrimas puras.

Quase não tenho do que me queixar da vida. Atingi um estágio de poucos queixumes.

Bem certo que em parte devo a idade em que me encontro. O velho já passou por quase tudo. Nada mais lhe falta para ser feliz.

Estamos a um passo de um ano novo. Sai de cena novembro para logo dezembro nos deixar.

Creio, dentro da descrença que faz parte do meu eu, que tudo vai melhorar.

Elegemos uma nova prefeita. A câmara dos edis me parece bastante modificada. E a cidade, que nos interessa, em verdade, deve sorrir de novo.

Suas praças, avenidas, ruas e logradouros, serão motivos de atenção de nossos dirigentes.

E cabe a nós, cidadãos pensantes, darmo-nos as mãos.

Esquecermo-nos de nossas diferenças políticas. De nossos ranços e rancores.

Um notável politico americano, ao ser derrotado nas urnas, uma vez disse: “ele foi meu adversário. Agora é o meu presidente. Devo a ele fidelidade e compromisso com os novos tempos. Vou ajudá-lo no que for preciso”.

Tenho motivos de sobra pra celebrar. Afinal a cidade acordou sob a batuta de uma nova prefeita. Bem sei que ninguém se aproxima da perfeição.

Mas, se a gente se der as mãos, esquecermo-nos de mágoas e ressentimos, imbuídos de um sentimento novo, sepultando diferenças, em prol do bem de todos, que tal sorrirmos de novo?

Um ano novo se aproxima. Espero, de coração aberto, tenho a certeza que  ele vai ser bem melhor que este que em breve termina.

Nada como sepultarmos as diferenças. Sei que elas existem. Da mesma  maneira que sei que tudo não era bom um dia será melhor.

Hoje só tenho motivos para ser feliz. Choveu durante a noite de ontem. Agora faz sol.

E, se de repente chover, por que razão irei sofrer? Tudo faz parte do meu viver. Pra que ser infeliz?

A cidade amanheceu sob a ressaca das urnas. E ela, a nossa Lavras querida, tudo merece de nós. Desde o sorriso de uma criança. Até mesmo a alegria que, neste instante, me inebria.

 

 

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